terça-feira, 29 de junho de 2010

Os Seis experimentos científicos mais macabros já realizados

Matéria retirada da Super Interessante, disponível aqui.


Os seis experimentos científicos mais macabros já realizados

Ana Carolina Prado 28 de junho de 2010

Transplante de cabeças, uma cabeça de cachorro que podia viver sem o corpo, choques elétricos que faziam um cadáver abrir os olhos e se movimentar. Coisa de filme de terror? Também. Mas esses filmes podem ter se inspirado em experiências reais. Quer ver? Então saca só a nossa lista com cinco das experiências científicas mais macabras já feitas.

1- O experimento que mostrou que somos assassinos em potencial
Em 1964, o pesquisador Stanley Milgram fez na Universidade de Yale um teste para provar que, diante de uma autoridade persuasiva, podemos virar assassinos obedientes. Milgram fingiu que a experiência era para determinar o efeito da punição no aprendizado. Ele chamou voluntários e fez um sorteio para determinar o aprendiz, que deveria responder a perguntas, e o professor, que deveria castigá-lo com choques de potência crescente a cada erro. O sorteio, no entanto, foi forjado, já que o aprendiz seria um ator. Quando os choques atingiam 150 volts, o ator chorava e gritava de dor. Os voluntários, nervosos, perguntavam o que deviam fazer, mas os pesquisadores respondiam que o choque não provocaria danos permanentes e que eles precisavam continuar. O resultado foi a obediência de 26 dos 40 participantes, que continuaram a aplicar os choques até a potência fatal de 450 volts. Alguns suavam e tremiam, outros riam histericamente – mas ninguém parou. E nenhum desistiu antes dos 300 volts.

2- O cachorro de duas cabeças
Na ânsia de provar a supremacia médica e científica da União Soviética durante a Guerra Fria, cientistas conduziam experiências dignas de filme de terror. Em 1954, Vladimir Demikhov mostrou a jornalistas sua criação horrenda: um cachorro de duas cabeças – e ambas “funcionando” (na demonstração para a imprensa as duas cabeças bebiam leite)! Para isso, enxertou cabeça, ombros e duas pernas de um filhote no pescoço de um pastor alemão. E não parou por aí: nos 15 anos seguintes, o russo fez outras 20 dessas criaturas, alegando que as experiências serviam para ajudar a descobrir técnicas para transplante de órgãos em humanos.

3- A cabeça de cachorro que vivia sem um corpo
Também obra dos soviéticos, mas desta vez bem antes: em 1928, o médico Sergei Brukhonenko criou uma máquina que, exercendo as funções de coração e pulmão, mantinha viva a cabeça de um cachorro. Viva mesmo: a cabeça respondia a estímulos e até se alimentava (ou quase isso, já que a comida não tinha pra onde ir depois de engolida). Teve até gente achando que era boa ideia ter a cabeça cortada e viver livre da preocupação com doenças, alimentação e vestimenta.

4- A prisão enlouquecedora de Stanford
O professor de psicologia Philip Zimbardo queria entender por que as prisões são locais tão violentos. Para isso, em 1971 ele e um grupo de pesquisadores criaram uma prisão artificial no porão da Universidade de Stanford e chamou voluntários (saudáveis e todos com ficha limpa) para se dividir no papel de prisioneiros e guardas. Mas as condições na prisão fake se deterioraram tão rapidamente que os prisioneiros começaram a fazer rebeliões logo no primeiro dia e os guardas se tornaram extremamente sádicos e autoritários, impondo castigos como privação de sono e comida. O negócio todo foi tão tenso (e intenso) que teve de ser interrompido em 6 dias (a intenção era durar duas semanas). O primeiro voluntário pirou em apenas 36 horas, berrando que se sentia como se estivesse queimando por dentro. Outro começou a ter erupções na pele por causa do estresse excessivo. O próprio Zimbardo começou a ter delírios e viu que estava na hora de acabar com o jogo quando se viu chamando a polícia de verdade.

5-Transplante de cabeça de macaco
Pensemos: se na Guerra Fria rolava aquela disputa para ver qual das duas potências da época (EUA e URSS) mandava melhor, entre outras coisas, no campo científico, você acha que os cientistas americanos ficariam de braços cruzados enquanto os soviéticos apareciam por aí com cachorros de duas cabeças? Exatamente: vinha coisa pior por aí. Em 1970, o médico cirugião Robert White realizou o primeiro transplante de cabeça de macaco do mundo. O macaco só sobreviveu por um dia e meio, mas o médico defende esse tipo de transplante em humanos que sofram de paralisia. Quem topa ser cobaia?

6- O choque que faz cadáver dançar
O professor italiano Luigi Galvani descobriu, em 1780, que impulsos elétricos poderiam mover membros de um sapo morto. Se com um sapo foi assim, o que dizer de seres humanos? O sobrinho do italiano, Giovanni Aldini, apareceu com a resposta – e viajou pela Europa fazendo showzinhos com ela. Em 1803, ele fez sua apresentação mais famosa usando o corpo do assassino executado George Forster. Primeiro aplicou correntes elétricas no rosto do morto, que se contorceu numa expressão de dor e abriu um olho. Depois, com fios presos na orelha e no reto, o cadáver começou uma dança macabra, socando e chutando o ar e arqueando as costas. Outros cientistas fizeram o experimento na tentativa de ressuscitar mortos, sem sucesso, é claro. Só o alemão Carl August Weinhold que conseguiu fazer o coração de gatinhos decapitados voltar a bater por uns instantes.

* Tem outros casos no livro “Elephants on acid: and other bizarre experiments”, de Alex Boese.

sexta-feira, 11 de junho de 2010