A mudança nos relógios vale para os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
Adotado no Brasil desde 1932, o horário de verão busca o melhor aproveitamento da luz natural, adiantando-se os relógios em uma hora. A medida reduz o consumo de energia elétrica entre 18h e 20h.
A economia de energia realmente justifica os transtornos causados à população? Afinal, por que são adotados? E quem foi o autor dessa idéia?
Histórico
Foi lá que um construtor londrino, membro da Sociedade Astronômica Real, chamado William Willett (1856-1915) deu início a uma campanha para diminuir o consumo de luz artificial ao mesmo tempo que estimulava o lazer dos britânicos.
Num panfleto de 1907 intitulado "Waste of Daylight" (Desperdício de Luz Diurna) Willett propôs avançar os relógios em 20 minutos nos domingos do mês de abril e retardá-los a mesma quantidade nos domingos de setembro.
As polêmicas surgiram ali mesmo. Especialmente entre os fazendeiros, que têm que acordar com o Sol não importa que horas marquem os relógios. Willett não viveu o suficiente para ver sua idéia colocada em prática. O primeiro pais a adotar o horário de verão acabou sendo a Alemanha, em 1916, seguido pela Inglaterra.
Era a Primeira Guerra Mundial. A economia de energia foi considerada um importante esforço de guerra, diminuindo o consumo de carvão, principal fonte de energia da época. A medida foi seguida por outros países europeus.
Os Estados Unidos o adotaram em 1918 junto com seu sistema de fusos horários. Foi difícil, mas os americanos acabaram se acostumando. Hoje eles sabem as datas de começo e término com anos de antecedência.
Como funciona
O princípio do Horário de Verão continua o mesmo: adaptar nossas atividades diárias à luz do Sol. Nos meses de verão o Sol nasce antes que boa parte da população tenha iniciado seu ciclo de trabalho. Assim, se os relógios forem adiantados durante esse período, a luz do dia será melhor aproveitada e as pessoas passarão a consumir energia em melhor acordo com a luz solar.
Hoje, aproximadamente 30 países utilizam o horário de verão em pelo menos parte de seu território. E muito embora o nome faça referência a uma estação do ano, as datas de início e fim do horário de verão não são definidas por critérios astronômicos.
Boa parte das porções continentais do planeta está no hemisfério norte. Ali o inverno costuma ser rigoroso e o Sol se põe bem cedo, levantando-se timidamente durante o dia. No verão ocorre o contrário: é comum ainda haver claridade por volta das 20 ou até 22 horas. É por isso que nesses lugares o horário de verão faz muita diferença.
E o Brasil?
Nos países equatoriais (cortados pela linha do equador) e nos tropicais (situados entre o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio), a incidência da luz solar é mais uniforme durante todo o ano e dessa forma não há muita vantagem na adoção do horário de verão.
No caso do Brasil – atualmente o único país equatorial do mundo que adota o horário de verão – a economia de energia elétrica não é considerada o fator predominante. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a motivação de se estabelecer esse dispositivo no Brasil é pela segurança do sistema.
Durante os meses do verão ocorre um aumento na demanda de energia, o que é particularmente percebido por volta das 18h, quando as pessoas retornam para seus lares e ligam luzes, chuveiros, condicionadores de ar, fornos, etc. Esse também é o horário em que a iluminação pública é acionada. O aumento brusco da demanda pode ter impacto negativo na estabilidade do sistema elétrico.
Ao se adotar o horário de verão brasileiro ocorre um deslocamento na entrada da iluminação pública (devido à iluminação natural, ainda presente), que passa a não mais coincidir com a chegada das pessoas em casa após o trabalho. Por causa de fatores como este o aumento da demanda se dá de forma mais gradual, o que melhora a segurança do sistema, segundo o ONS.
Economia só no Sul
Verifica-se uma economia de energia nos Estados da região Sul (até 5% de redução da demanda integrada durante o consumo de pico), porque essas localidades estão inteiramente ao sul do Trópico de Capricórnio.
Porém, nos Estados da região Nordeste e, principalmente, da região Norte, a variação de luz solar anual é insignificante – o que não justifica a adoção do horário de verão nem mesmo para melhorar a segurança do sistema.
Enquanto está em vigor (nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil) o único impacto no Norte e Nordeste do país é na programação das emissoras de televisão, que seguem o horário em vigor no Rio de Janeiro e São Paulo.
Isso sem mencionar o fato de que, como as estações são opostas em cada hemisfério da Terra, nos quase 10% de terras brasileiras ao norte do equador, em vez de verão, rigorosamente falando, temos inverno (embora as temperaturas nesses locais permaneçam altas entre dezembro e março).
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em Comunicado à Imprensa:
"...o ONS estima a seguinte redução na demanda no horário de ponta no Sistema Interligado Nacional, com a implantação do Horário de Verão deste ano:Região Sudeste/Centro-Oeste: 1790 MW, correspondentes a 4,4% da demanda deste subsistema, equivalentes a 65% da carga no horário de ponta da cidade do Rio de Janeiro, ou duas vezes a carga no horário de ponta de Brasília;
Região Sul: 528 MW, correspondentes a 4,6% da demanda deste subsistema, equivalentes a 85% da carga do horário de ponta da cidade de Curitiba, ou a 75% da carga no horário de ponta da cidade de Porto Alegre.
Já a expectativa da redução da carga de energia é a seguinte:
Região Sudeste/Centro-Oeste: 161 MW médios (correspondentes a 0,5% da carga deste subsistema);
Região Sul: 45 MW médios (correspondentes a 0,5% da carga deste subsistema).
A redução da carga resultante da implantação Horário de Verão deste ano propiciará uma economia da ordem de R$ 30 milhões, com a redução da geração térmica."
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Abraços
Helio
Post com colaborações das seguintes fontes:
http://www.zenite.nu/
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki
http://www.ons.org.br/home/doc/nota_ons.pdf
http://www.ons.org.br/home/doc/nota_ons.pdf
Enquanto lia seu texto, já estava imaginando meu comentário sobre a segurança operativa, pois geralmente não é dito isso nos telejornais, quando da proximidade do horário de verão. Mas você falou tudo que era necessário, nem precisei escrever.
ResponderExcluirAcho que essa foi a parte mais esclarecedora do texto, pois não é tão divulgada.
Abraço.